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Pinguelli: Brasil cumprirá meta de redução de dióxido de carbono para 2020

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O diretor do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ), Luiz Pinguelli Rosa, disse hoje (28) que o Brasil vai conseguir cumprir a meta voluntária de redução de gás carbônico (CO²) divulgada às vésperas da Conferência sobre Mudanças Climáticas de Copenhague (COP 15). A Coppe já formou mais de 12 mil mestres e doutores em 12 programas de pós-graduação (mestrado e doutorado). Ela têm 325 professores doutores em regime de dedicação exclusiva, 2.800 alunos e 350 funcionários.

A afirmação foi feita durante a solenidade de abertura do 3º Congresso Brasileiro de CO², promovido pelo Instituto Brasileiro do Petróleo, Gás e Biodiversidade (IBP), no Hotel Windsor Atlântico, em Copacabana, no Rio de Janeiro.  

Na avaliação do professor da Coppe, existe no país uma consciência em relação aos problemas climáticos decorrentes da emissão excessiva de gases que produzem o efeito estufa, o que criou no país uma visão mais concreta sobre a importância da adoção de políticas para a mudança climática.

Desmatamento deixou de ser principal causa do aumento de CO² protagonizado agora pela produção de energia e a agricultura destaca PinguelliTomaz Silva/Agência Brasil

“O Brasil vai cumprir a meta prometida voluntariamente para 2020 de redução da emissão de cerca de 1 bilhão de toneladas de CO² na atmosfera, o equivalente a 36% no nível atual de emissão, principalmente porque a redução do desmatamento na Floresta Amazônica foi muito grande”, disse Pinguelli Rosa.

Para o professor, o país está em uma posição confortável até agora porque tem a vantagem da utilização em larga escala de energias renováveis, como a hidrelétrica e os biocombustíveis, o que o coloca em uma posição de vanguarda.  

“Mas é claro que a questão do desmatamento será fundamental para a obtenção da meta. Porque a redução da emissão dependia principalmente da diminuição do desmatamento, das queimadas,  o que foi feito. Houve uma política de redução do desmatamento muito bem sucedida até agora”.

Ele ressaltou que no momento o papel principal para a diminuição da emissão de gás carbônico deixou de ser do desmatamento e passou a ser da produção de energia e o da agricultura.

“Esses são hoje os dois principais fatores de emissão de gases atualmente. O setor de biocombustíveis, embora o Brasil se destaque no uso da cana-de-açúcar, atravessa uma crise momentânea onde o etanol enfrenta dificuldades em razão de um política equivocada da prática do baixo preço da gasolina”, explicou o diretor da Coppe/UFRJ.

Pinguelli lembrou que a matriz energética brasileira tem um forte componente de energia renovável. “Atualmente 47,3% das nossas fontes de energia são renováveis o que é um percentual alto comparado com os outros o países do mundo, enquanto 52,7% provém da energia fóssil. E isso se deve aos biocombustíveis: ao etanol, ao biodiesel, ao diesel mineral”.

Apesar das considerações de certa forma otimistas, Pinguelli alerta para o fato de que o enfrentamento da mudança climática no Brasil deve ser feito no país, junto com o combate à pobreza, "cabendo a expressão justiça climática, que seria o ataque simultâneo a todos os problemas da equação: a pobreza, a desigualdade e a emissão dos gases de efeito estufa”.