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Evento em São Carlos reúne cinco vencedores do Prêmio Nobel

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O Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (Cepof) de São Carlos, um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) financiados pela FAPESP, está prestes a realizar algo inédito no país: reunir, no interior de São Paulo, durante uma semana inteira, cinco cientistas vencedores do Prêmio Nobel.

O objetivo principal do encontro é prestar uma homenagem ao físico norte-americano Daniel Kleppner, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), que receberá o título de professor honorário do Instituto de Física de São Carlos, da Universidade de São Paulo (IFSC-USP).

Para isso, já confirmaram presença o francês Serge Haroche (Nobel de Física 2012) e os norte-americanos David Wineland (Nobel de Física 2012), Eric Cornell (Nobel de Física 2001), William Phillips (Nobel de Física 1997) e Dudley Herschbach (Nobel de Química 1986).

Outros grandes nomes da ciência mundial também estarão presentes, entre eles os franceses Alain Aspect e Michele Leduc, o austríaco Rainer Blatt, o holandês Jook Walraven, os italianos Massimo Inguscio e Ennio Arimondo, os australianos Peter Hannaford e Kristian Helmerson, os norte-americanos George Welch, Winthrop Smith, Masud Mansuripur, Alexander Fetter, Randall Hulet, Martin Zwierlein, John Weiner, Barbara Hughey e Richard Freeman, os brasileiros Claudio Lenz, Sandra Vianna, Philippe Courteille e o coordenador do Cepof, Vanderlei Bagnato.


O evento também celebra os 11 anos de atividades do Cepof.

“Ao longo da existência de nosso projeto, sempre recorremos a eminentes cientistas estrangeiros para nos dar opiniões sobre o andamento de nosso trabalho. O professor Kleppner, considerado um dos mais importantes físicos atômicos ainda vivos, esteve no Brasil mais de cinco vezes durante esse período”, contou Bagnato à Agência FAPESP.

De acordo com o coordenador do Cepof, Kleppner é um dos pesquisadores que mais semearam ideias no campo mais moderno da física atômica e molecular. Pelo grupo de pesquisa que fundou no MIT, em parceria com David Pritchard, já passaram diversos vencedores do Nobel, como William Phillips (1997), Eric Cornell, Carl Wieman e Wolfgang Ketterle (2001) e Serge Haroche (2012).

“Costumamos dizer, na comunidade científica, que Kleppner não ganhou o Nobel, mas é um ‘fazedor’ de Prêmios Nobel. E ele tem sido um grande emissário da ciência brasileira, nos colocando em evidência sempre que possível em seus artigos na revista Physics Today ou em outros meios internacionais. Tê-lo como professor emérito do IFSC-USP será uma honra para ele e uma honra ainda maior para nós”, afirmou Bagnato.

Atrair tantos cientistas renomados para o Brasil não foi difícil, de acordo com Bagnato, pois todos já faziam parte da rede de colaboração do Cepof.

“David Wineland foi membro do comitê internacional de avaliação do Cepof que a cada dois anos vinha para São Carlos. Serge Haroche esteve aqui em diversas ocasiões, proferindo seminários e participando de outros eventos. Eles sempre fizeram parte de nossas atividades. Claro que para nós é uma grande honra eles terem aceitado”, disse Bagnato.

Ao longo de seus 11 anos de existência, o Cepof conquistou destaque internacional, contribuiu para a difusão da ciência no Brasil e para o fortalecimento do setor produtivo de Óptica, realizando mais de 15 convênios com empresas e ajudando a lançar diversos produtos de inovação tecnológica.

Entre os principais feitos alcançados pelo grupo está a construção de relógios atômicos de última geração  – trabalho destacado em matéria sobre a maturidade da ciência brasileira na revista Physics Today.

Também merecem destaque os experimentos com os chamados condensados de Bose-Einstein – um estado da matéria em que os átomos atingem temperaturas próximas do zero absoluto, permitindo a observação de efeitos quânticos em escala macroscópica – e a demonstração do estado de turbulência quântica nesses superfluidos.

Agência Fapesp