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Cientistas brasileiros recebem condecoração francesa em SP 

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O diretor científico da Fundação de Amparo à Pesquisa de São Paulo (Fapesp), Carlos Henrique de Brito Cruz, e outros três acadêmicos brasileiros foram homenageados na última segunda-feira em cerimônia realizada em São Paulo, com a Palme Académique, uma das mais importantes e antigas condecorações concedidas pelo governo da França.

Além de Brito Cruz, receberam a condecoração os professores Adnei Melges de Andrade, da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), Renée Zicman, da Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP), e José Celso Freire Junior, da Faculdade de Engenharia de Guaratinguetá da Universidade Estadual Paulista (Unesp).

A cerimônia foi promovida pelo Consulado-Geral da França em São Paulo e conduzida pelo cônsul-geral Sylvain Itté, com participação do presidente da Fapesp, Celso Lafer. Segundo Itté, as Palmes Académiques foram criadas em 1808 pelo então imperador francês Napoleão 1º, com a finalidade de homenagear membros eminentes das universidades da França.

Atualmente, são distinções concedidas a personalidades de todo o mundo que tenham prestado serviços relevantes à educação francesa ou contribuído ativamente com a expansão da cultura francesa no mundo.

As Palmes Académiques são concedidas na forma de uma ordem com três graus: Commandeur,Officier e Chevalier. Brito Cruz e Andrade foram nomeados Commandeur, Zicman recebeu o grau de Officier e Freire Junior foi nomeado Chevalier.

"Os percursos dos quatro condecorados testemunham a intensidade da cooperação entre o Brasil e a França nos campos da educação, da ciência e da tecnologia", afirmou Itté. De acordo com ele, Brito Cruz, que é professor do Instituto de Física Gleb Wataghin da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), promoveu a internacionalização ao longo de toda a sua carreira - especialmente em sua atuação como reitor da Unicamp, de 2002 a 2005, e como diretor científico da Fapesp - e contribuiu para o estreitamento de relações com a França.

"Grande cientista, físico reconhecido internacionalmente e membro da Academia Brasileira de Ciências desde 2000, Brito Cruz sempre se mostrou disposto a contribuir com a concretização das parcerias entre os dois países. Trata-se de um artesão essencial da cooperação científica de excelência com o Brasil", disse Itté.

O cônsul destacou, entre as realizações de Brito Cruz, os acordos entre a Fapesp e instituições francesas como o Centro Nacional de Pesquisa Científica (CNRS), o Instituto Nacional de Pesquisa em Informática e Automação (Inria), o Instituto Nacional de Saúde e da Pesquisa Médica (Inserm) e a Agência Nacional da Pesquisa (ANR).

Segundo Itté, Andrade, que é vice-reitor executivo de Relações Internacionais da USP, foi o responsável pelo vasto intercâmbio de jovens engenheiros atualmente existente entre os dois países, especialmente no âmbito do programa Brésil France Ingénieur Technologie (Brafitec). Andrade foi nomeado professor honoris causa da Universidade de Nantes (França) em 2006 e preside o Centro Franco-Brasileiro de Documentação Técnica e Científica (Cendotec) desde 2010.

"Por iniciativa do professor Andrade, temos hoje mais de 40 diplomas duplos entre a USP e várias instituições francesas. Ele foi também o principal artífice das Cátedras Lévi-Strauss, da USP, e apoiou inúmeras iniciativas que permitiram a estruturação de cooperações entre a USP e universidades da França", disse.

Itté afirmou que Zicman foi a protagonista da assinatura de cerca de 20 acordos de cooperação entre a PUC-SP e diversas universidades francesas, em especial nas áreas de Ciências Humanas, Ciência Política e Direito. Membro da diretoria da Aliança Francesa, Zicman já havia sido condecorada anteriormente como Chevalier des Palmes Académiques.

"Desde 2002, a PUC-SP possui um programa de duplo diploma com instituições francesas. A professora Zicman foi nossa principal interlocutora para consolidar o ensino de francês na PUC-SP e facilitou o acesso do consulado à infraestrutura da universidade, fazendo da PUC-SP um dos lugares privilegiados para professores franceses no Brasil", disse.

Freire Junior, que concluiu doutorado na Universidade de Grenoble 1 (França), em 1997, é desde 2009 diretor de Relações Internacionais da Unesp. "De 1997 a 2009, o professor Freire Junior intensificou as relações com a França e desde então atuou fortemente, na Unesp, no favorecimento dessas relações. Atualmente, há 42 acordos de cooperação assinados por sua iniciativa. Mobilizou diferentes campi da Unesp para o programa Brafitec. Freire Junior também deu uma contribuição decisiva na criação da Agência de Francofonia hospedada na Unesp", disse Itté.

Com informações da Agência Fapesp