ASSINE
search button

Medo da fome pode levar à obesidade infantil, indica estudo

Compartilhar

Estudo apresentado neste sábado, 28 de abril, durante o encontro anual da Pediatric Academic Societies, nos Estados Unidos, sugere que o receio de não ter comida aumenta o risco de obesidade infantil. Os pesquisadores entrevistaram 201 mães que vivem na chamada situação de “insegurança alimentar”- a maioria delas de origem hispânica - e constatar a prevalência de dois tipos de comportamento: ou os filhos não recebiam alimentos, mesmo que estivessem com fome, ou eram incentivados a continuar a comer, apesar de satisfeitos.

A prática, indica a professora assistente do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina Albert Einstein e do Hospital da Criança de Montefiore em Nova York Rachel Gross - responsável pelo trabalho, pode prejudicar a habilidade que meninos e meninas possuem de regular sua fome, o que os leva a comer em excesso e  a desenvolverem sobrepeso.

"Entender porque a pobreza coloca as famílias em maior risco de obesidade é essencial para enfrentar a epidemia de obesidade”, diz a médica. "Isto sugere que, além de prevenir a desnutrição, a política de saúde para famílias nessa situação também deve atentar para a possibilidade do problema oposto", alerta.

Segundo dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares 2008-2009, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número de meninos e meninas entre 5 e 9 anos que estão muito acima do peso quadruplicou nos últimos 20 anos.

Levantamento divulgado pelo Ministério da Saúde no início do mês aponta ainda que 48,5% dos brasileiros estão acima do peso ideal. O percentual  em 2006 era de 42,7%. No mesmo período, a proporção de obesos subiu de 11,4% para 15,8%. A incidência  é maior entre a população masculina. Mais da metade dos homens (52,6%) está acima do peso ideal, enquanto 44,7% das mulheres apresentam sobrepeso.