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Altas doses de cálcio e vitamina D podem danificar o cérebro de idosos

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Agência EFE

WASHINGTON - Os homens e mulheres de idade avançada que ingeriram altas doses de cálcio e vitamina D correm um risco muito maior de sofrer lesões cerebrais, segundo um estudo apresentado hoje, em uma conferência de biologia experimental.

As regiões cerebrais mais afetadas podem aumentar o risco de deterioração cognitiva, demência, depressão e acidente vascular cerebral, indicou Martha Payne, da Universidade Duke (Carolina do Norte).

Durante muitos anos, os médicos haviam recomendado a adição de cálcio e vitamina D à dieta de homens e mulheres com mais de 55 anos, para conter a diminuição na fixação de cálcio nos ossos, que leva à osteoporose.

Payne e seus colaboradores examinaram as imagens de ressonância magnética de 232 homens e mulheres, com idades entre 60 e 86 anos.

Todos os participantes do estudo apresentavam pelo menos uma lesão cerebral, até mesmo os mais saudáveis.

Entre os que disseram consumir mais cálcio e vitamina D, foi comprovado que os danos eram notavelmente mais acentuados do que na média do grupo de estudo.

Para a pesquisa, foram levados em conta fatores como idade, hipertensão e outras condições médicas relacionadas com a presença de lesões cerebrais.

Em estudos anteriores, Payne e sua equipe haviam determinado uma maior incidência de lesões cerebrais entre os idosos que consumiam mais produtos lácteos com alto teor de gorduras.

Paradoxalmente, as mesmas pesquisas haviam provado que essa ingestão de gorduras, em geral, não era um fator significativo para as lesões.

O novo estudo aponta uma possível solução para a contradição, que reside em um outro componente importante dos produtos lácteos: o cálcio.

Além disso, boa parte do leite e de outros produtos lácteos disponíveis aos consumidores americanos são fortificados com vitamina D.

- Não temos certeza se uma alta ingestão de cálcio e vitamina D está ligada às lesões cerebrais, mas o estudo dá razão ao crescente número de pesquisadores que se preocupa com os efeitos do consumo excessivo de cálcio, particularmente entre os adultos, e principalmente se consumido junto com a vitamina D.