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Expedição acumula informação sobre vida a 4 mil metros no fundo do mar

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Agência EFE

PARIS - Uma expedição organizada por dois centros de pesquisa franceses descobriu novos dados sobre as formas de vida detectadas no fundo do oceano, até chegar aos quatro mil metros de profundidade.

Trata-se da expedição chamada 'Serpentine' do Centro Nacional de Pesquisas Científicas (CNRS) e do Instituto de Pesquisa para a Exploração do Mar (Ifremer), desenvolvida entre março e abril nas águas das Antilhas, na dorsal atlântica, que é uma cadeia montanhosa.

O jornal 'Le Figaro' assegura nesta sexta-feira que a missão estudou vários locais onde acontecem atividades hidrotermais, resultado da proximidade das placas tectônicas e a geração de uma mistura de gás e água.

Neste meio hostil, onde a pressão pode chegar aos 500 bar e a temperatura aos 400 graus, os cientistas descobriram uma flora e fauna adaptadas ao entorno.

Anêmonas, caranguejos, mexilhões e gasterópodos foram observados pelos analistas que comprovaram, além disso, que as bactérias se nutrem com o hidrogênio sulfuroso que encontram em um meio resultado da mistura de fluidos muito quentes e mineralizados e a água muito fria do oceano.

Um dos objetivos da campanha era o de tentar compreender os fenômenos de hidratação e trocas químicas entre o oceano e a camada terrestre, e agora os cientistas vão analisar mostras para investigar porquê os depósitos minerais são especialmente ricos em cobre, zinco e cobalto.

A expedição descobriu novos locais hidrotermais e vai elaborar um mapa mais detalhado dessas zonas profundas.

Foram empregados na 'Serpentine' sistemas submarinos, como um robô teleguiado que foi usado pela primeira vez a quatro mil metros de profundidade.

Os cientistas recolheram água, fluidos hidrotermais e rochas que ainda precisam ser analisadas para tentar responder a novas incógnitas, como a causa da morte de bancos de mexilhões em algumas zonas estudadas.

Analistas em geologia, oceanografia, biologia molecular, biodiversidade e genética participaram desta expedição, que contou com precedentes no ano passado e com as quais os cientistas pretendem descobrir mais dados sobre o fundo do mar, uma zona pouco explorada.