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Mundo pode ter 2,5 bilhões de pessoas a mais em 2050

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Agência Brasil

BRASÍLIA - O mundo terá 2,5 bilhões de pessoas a mais em 2050 se a fecundidade continuar caindo nos países em desenvolvimento. A população subirá dos atuais 6,7 bilhões para 9,2 bilhões nesse cenário, segundo estudo do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA, na sigla em inglês).

A taxa de fecundidade, que mede a propensão das mulheres a ter filhos com base no número médio de nascimentos, têm caído no mundo. Era de 5,02 no período 1950-1955, hoje é de 2,55 e em 2050 deve chegar a 2,02, de acordo com previsão da ONU.

Nas regiões consideradas menos desenvolvidas, as taxas são: 6,15 em 1950-1955, 2,75 hoje e 2,05 em 2050. Ou seja, o ritmo de redução será mais lento até a metade deste século, mas continuará ocorrendo. Mais informações podem ser obtidas no site do UNFPA.

Por outro lado, o estudo informa que a população mundial cresceria 5 bilhões, chegando a quase 12 bilhões, se a taxa de fecundidade continuasse nos níveis atuais. Desse total, 10,6 bilhões estariam nas nações menos desenvolvidas.

- Atualmente, cerca de 200 milhões de mulheres nesses países não têm acesso a serviços contraceptivos seguros e eficazes - disse a diretora-executiva do UNFPA, Thoraya Ahmed Obaid, em nota divulgada pelo órgão.

- Deve-se aumentar os recursos destinados a planejamento familiar para atender às necessidades dessas mulheres.

A representante adjunta do Fundo de População das Nações Unidas, Taís Santos, acha que o acesso e a utilização de métodos contraceptivos podem ajudar no planejamento familiar e contribuir para a redução dos níveis de fecundidade.

- O trabalho consiste em orientar e oferecer os meios para que essas pessoas possam fazer escolhas dentro dos seus direitos - explicou à Agência Brasil.

- O planejamento familiar é diferente do controle de natalidade, que é utilizado em alguns países como a China e se baseia em um método coercitivo.

Mas esse aumento de 5 bilhões de pessoas é um cenário que ninguém acha seriamente que vai acontecer , na opinião o demógrafo Ralph Hakkert, especialista do UNFPA que coordena uma pesquisa sobre a relação entre população e a agenda dos Objetivos do Milênio, em parceria com o Ipea (Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas).

Taís Santos pondera que a previsão do contingente populacional não deve ser encarada como dogma.

- Esses números são hipóteses que podem se confirmar ou não. Mas é importante ter essa visão futura para que se possa adequar o planejamento de politicas publicas, afinal, é a população quem determina as demandas sociais.

Segundo ela, as projeções são baseadas nas combinações dos seguintes fatores: fecundidade, mortalidade e migração internacional.