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Discriminação contra homossexuais ajuda Aids na África

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REUTERS

NOVA YORK - NOVA YORK (Reuters) - Governos africanos estão negando práticas de prevenção ao vírus HIV, como aconselhamento, exames e tratamento, a pessoas homossexuais, bissexuais e transexuais, disse um novo relatório.

A Comissão Internacional de Direitos Humanos para Gays e Lésbicas, em um relatório chamado 'Fora do Mapa', disse que casais homossexuais estão sendo privados de direitos humanos básicos.

A África é o continente mais afetado pela Aids, ocasionada pelo vírus HIV. Com pouco mais de 10 por cento da população mundial, a África tem cerca de 60 por cento de seus habitantes, ou mais de 25 milhões de pessoas, vivendo com a doença.

- Há quase 25 anos em uma epidemia, existe um muro de silêncio que cerca a Aids, e práticas do mesmo sexo podem se provar um significante obstáculo para superar a doença - disse o relatório de 124 páginas da organização não-governamental com sede em Nova York.

O relatório lista diversos casos nos quais africanos gays e lésbicas tiveram tratamento negado ou foram ridicularizados. Os casos também mostram a dupla discriminação por serem homossexuais e soropositivos.

O autor do relatório, Cary Alan Johnson, disse que a negação à homossexualidade na África contribui para as violações de direitos humanos contra gays e aumenta a vulnerabilidade dessas pessoas.

- O estigma homofóbico, a negação da homossexualidade e legislação que criminaliza comportamento gay servem para empurrar a questão da transmissão do HIV mais para a indigência, e limita drasticamente serviços de combate ao vírus - disse Johnson.