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Ano Polar Internacional é lançado para pesquisas sobre meio ambiente

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Agência Brasil

BRASÍLIA - O Ano Polar Internacional (API), programa internacional voltado para a realização de pesquisas científicas no Ártico e na Antártica foi aberto oficialmente durante a transmissão de uma videoconferência ao vivo, feita a partir da Antártida, no Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), em Brasília. Esta é quarta edição do programa, que busca recolher amostras e dados da fauna e flora das regiões polares até março de 2008. A primeira edição foi há 125 anos.

O projeto é desenvolvido pela Organização Meteorológica Mundial e conta com a participação de 63 países que realizarão 227 projetos até 2011. O Brasil, que participa pela primeira vez do programa, desenvolverá 28 estudos distribuídos entre mais de 30 universidades públicas e privadas. O Ministério da Ciência e Tecnologia investiu R$ 9,2 milhões no programa.

- Pela primeira vez, agora, o Brasil tem um sistema nacional de ciência e tecnologia consolidado e vai poder ter participação ativa no ano polar internacional - explicou secretário-executivo do MCT, Luis Fernandes.

Segundo ele, o mesmo sem ter tido participação ativa no ano polar de 1957 e 1958, o Brasil já era signatário do Tratado Antártico, que foi firmado no mesmo ano. O secretário disse que estudar o continente antártico é fundamental para o Brasil, porque os sistemas climáticos que afetam o país e o hemisfério sul são formados na região antártica.

- Conhecer a formação do clima antártico é fundamental para poder prever mudanças climáticas em curso, no Brasil e no hemisfério sul de uma maneira geral; poder prever fenômenos naturais extremos que possam afetar o nosso desenvolvimento.

Segundo Fernandes, além de compreender o que se passa no Brasil, a pesquisa é crucial para entender o processo de aquecimento global no mundo. Ele destacou a relevância da realização do quarto ano polar em 2007, sobretudo, por causa das discussões atuais sobre o impacto climático para o aquecimento global.

A Antártica, de acordo com ele, concentra 70% da água doce do mundo, a maior parte dela em forma de gelo.

- Ela (a Antártica) opera como espécie de refrigerador do clima mundial. Qualquer aceleração do processo de degelo na pode intensificar o processo de aquecimento global e ter profundo impacto sobre as mudanças climáticas no globo - explicou.

Para ter um controle do processo de aceleração do aquecimento global, o secretário-executivo defende que seja feito um acompanhamento contínuo da região.

- Monitorar isso de maneira mais adequada para poder se antecipar a determinados fenômenos e ter mecanismos ou de adaptação ou de mitigação é crucial não só para o Brasil ou para o mundo.

Em 2007, também se comemoram os 25 anos de atuação do Brasil na Antártica com o Programa Antártico Brasileiro (Proantar). E acordo com o Ministério da Ciência e Tecnologia, desde 1975, o Brasil é faz parte, como membro consultivo do Tratado Antártico, que regula as atividades científicas na região antártica. Já o Programa Antártico Brasileiro foi criado em 1982.