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Novas descobertas sobre parasita podem ajudar a combater malária

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REUTERS

WASHINGTON - Cientistas dos EUA conseguem agora compreender melhor o funcionamento interno do mortal parasita da malária, o que talvez permita o desenvolvimento de remédios mais eficientes no combate à doença, disse um estudo publicado na quarta-feira. A malária, provocada por um parasita transmitido na picada de um pernilongo, atinge as regiões tropical e subtropical do mundo, matando ao menos 1 milhão de pessoas todos os anos, a maior parte delas crianças jovens que moram na África subsaariana.

Uma equipe da Faculdade de Medicina da Universidade Drexel em Filadélfia analisou a mitocôndria (uma estrutura do interior das células) do Plasmodium falciparum, o mais mortal dos quatro tipos de parasita que provocam a malária em seres humanos. A mitocôndria costuma funcionar como a casa de força das células - produzindo energia a partir do oxigênio obtido na respiração.

Os pesquisadores, liderados por Akhil Vaidya, disseram que a mitocôndria desse parasita não gerava energia, mas ainda assim consumia oxigênio -- restava descobrir o porquê. Os cientistas, no artigo publicado na revista Nature, contam que a mitocôndria do parasita, ao contrário de produzir energia, fornece DNA a fim de permitir que o Plasmodium falciparum se multiplique.

"Remédios de combate à malária mais baratos precisam ser descobertos constantemente a fim de conseguirmos enfrentar os parasitas mais resistentes que surgem", escreveu Vaidya, professor de microbiologia e imunologia, em um email enviado da Índia.

A descoberta dos cientistas também explica como o Malarone, um remédio de combate à malária desenvolvido pela GlaxoSmithKline Plc, funciona, disseram. A malária tornou-se resistente a alguns medicamentos e pouco se avançou no desenvolvimento de uma vacina. Mosquiteiros, inseticidas e remédios de combate à malária são formas eficientes de enfrentar a doença.

"Em geral, a malária é uma doença dos pobres e as vítimas vêem-se tragadas por um círculo vicioso de doença e privação material", acrescentou Vaidya. "O parasita também se apresenta, para nosso sistema imunológico, como um alvo móvel. A imunidade ao parasita demora para ser desenvolvida e dura pouco".

A malária ainda se mistura com a epidemia de Aids na África. Pesquisas recentes mostraram que pessoas atingidas pela malária têm mais chances de transmitir, para seus parceiros sexuais, o vírus responsável pela Aids.