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Marginalizados são as principais vítimas da aids na América Latina

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Agência EFE

LIMA - Especialistas advertiram hoje em Lima que a aids segue afetando a América Latina, principalmente os setores marginalizados do continente, e lembraram que pelo menos 65 mil pessoas morreram desde 2004 na região em consequência da doença.

Representantes de vários países participam, até a próxima quarta-feira, da 'Consulta Regional sobre Trabalho Sexual e HIV na América Latina e no Caribe'. Esta epidemia no subcontinente é um 'fenômeno concentrado', que afeta menos de 1% da população geral, e mais de 5% dos setores mais pobres, disse a coordenadora do Programa Contra a Aids no Brasil, Mariângela Batista.

Dentro deste grupo, as profissionais do sexo 'são as mais atingidas pela epidemia', lembrou a especialista brasileira. Batista assinalou ainda que a questão não é puramente técnica, mas política, e que os infectados sofrem ainda uma forte discriminação. Segundo dados do escritório das Nações Unidas para a Luta Contra a Aids (Unaids), 1,7 milhão de pessoas na América Latina e no Caribe são afetadas pela epidemia. Segundo a entidade, entre 2004 e 2006, pelo menos 65 mil pessoas morreram na América Latina.

Sua representante na reunião de Lima, Rosemeire Munhoz, assinalou que, no subcontinente, as leis sobre o trabalho sexual variam entre a proibição e a legalização fiscalizada.

Ela acrescentou que, nos últimos anos, as profissionais do sexo vêm tendo cada vez mais acesso ao sistema de saúde, mas que, ainda assim, os desafios em prevenção continuam sendo muito altos, e requerem o trabalho conjunto de organizações, Governos e agentes sociais.

Para a secretária técnica do CGTH, Annelise Hirschmann, o desafio mais imediato na luta contra a aids é 'unir a prevenção com o atendimento'. Segundo a especialista guatemalteca, os esforços em prevenção foram diminuindo nos últimos anos, pelo surgimento de tratamentos de assistência, e 'precisam voltar a ganhar força'.

Desta reunião, organizada pelo Grupo de Cooperação Técnica Horizontal da América Latina e do Caribe em HIV (GCTH) e os Ministérios de Saúde do Peru e do Brasil, sairá um documento com propostas para enfrentar a situação.