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Consumo de azeite de oliva pode ajudar a prevenir câncer

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Reuters

WASHINGTON - Um novo estudo divulgado hoje afirma que o azeite de oliva é eficaz na prevenção do câncer. Uma equipe de pesquisadores da qual participaram María Isabel Covas, Jaume Marrugat e Montserrat Fitó, do Instituto Municipal de Pesquisa Médica de Barcelona, estudou os graus de oxidação do material genético em 182 homens, de 20 a 60 anos de idade, das regiões norte, centro e sul da Europa. O estudo será publicado na edição de janeiro da revista 'Faseb Journal', da Federação de Sociedades de Biologia Experimental dos Estados Unidos.

A equipe estudou o impacto do azeite de oliva sobre a oxidação do ácido desoxirribonucleico (DNA) e do ácido ribonucleico (RNA). Além disso, o estudo buscou determinar se esse impacto tem variações vinculadas ao conteúdo de compostos fenólicos no azeite de oliva. O azeite de oliva virgem tem teor de compostos fenólicos mais alto do que o azeite de oliva processado. Estes compostos possuem propriedades antioxidantes testadas em laboratório, e podem impedir o efeito nocivo do colesterol sobre os vasos sanguíneos.

A oxidação do material genético das células está vinculada ao começo do desenvolvimento de algumas formas de câncer. "Acreditamos que o azeite de oliva, que é parte importante da dieta nos países mediterrâneos, protege o DNA contra o dano por oxidação e reduz a incidência do câncer", afirma o artigo. Durante duas semanas, doses diárias de 25 mililitros de variedades de azeite de oliva com conteúdo baixo, médio e alto de compostos fenólicos foram administradas aos participantes.

A análise mostrou que a excreção de resíduos da oxidação do DNA e do RNA na urina foi mais alta nas regiões do norte da Europa, em comparação com as regiões do centro e sul da Europa, indicou o artigo. "Estas descobertas sustentam a idéia de que a ingestão do azeite de oliva é saudável, e pode reduzir o ritmo de oxidação do DNA", acrescentou.

Uma descoberta surpreendente deste estudo, no entanto, é a de que o efeito do azeite de oliva não está vinculado ao grau de conteúdo de fenol. Os pesquisadores usaram para este experimento três azeites diferentes com diversos níveis de fenol, e o grau de oxidação diminuiu sempre, independentemente do azeite de oliva.

"A oxidação mais alta de DNA e RNA nas regiões do norte da Europa, comparadas com as do centro e do sul, sustenta a afirmação de que o consumo de azeite de oliva pode explicar algumas diferenças na incidência de câncer entre o sul e o norte da Europa", afirmou o artigo. No mundo todo, são cultivadas mais de 750 milhões de oliveiras, 95% delas em regiões próximas ao Mar Mediterrâneo. Quase 75% da produção mundial de azeite de oliva vêm da Europa. A Espanha é o maior produtor de azeite de oliva do mundo, com 40% do total, e boa parte de sua safra é exportada para Itália, onde é consumida, envasilhada e exportada como 'azeite italiano'.