ASSINE
search button

Japoneses criam "concreto inteligente"

Compartilhar

AFP

TÓQUIO - Duas empresas japonesas anunciaram nesta terça-feira a elaboração de um concreto no qual se integram etiquetas eletrônicas com informações sobre a capacidade da construção para suportar os terremotos.

O "concreto inteligente", destinado a verificar o grau de resistência dos edifícios num país que sofre regularmente violentos terremotos, é obra do fabricante Sumitomo Osaka Cement e do laboratório de pesquisas informáticas YRP.

Ao pôr em contato um leitor de etiquetas eletrônicas ("tag RFID") do tipo "ucode", concebido pela YRP, com um edifício construído com o "concreto com neurônios eletrônicos" da Sumitomo Osaka Cement, as informações contidas na etiqueta são lidas e enunciadas em voz alta pelo leitor eletrônico.

- As características do concreto dependem dos componentes e da maneira como são misturados, explicou a Sumitomo Osaka Cement.

- Para conhecer a qualidade e o grau parasísmico realizamos provas técnicas cujos resultados até agora eram anotados a mão por um engenheiro, explicou a empresa.

- Com o novo sistema, os dados são diretamente gravados nas etiquetas eletrônicas, o que evita os erros e as fraudes, acrescentou.

Nas etiquetas estão registrados os diversos critérios de qualidade do concreto, como a composição precisa, a data, o local e a forma como foi fabricado.

- Trata-se de uma ferramenta para seguir a história do concreto, explicou a YRP.

O emprego do "concreto inteligente" nas construções permitirá às autoridades controlar mais facilmente o respeito das normas parasísmicas e administrar mais facilmente os bancos de dados relativos", segundo a YRP.

O laboratório deseja criar no futuro um verdadeiro sistema para traçar a história das construções e dar a todos os cidadãos a possibilidade de verificar eles mesmos (com seu telefone celular, por exemplo) as informações sobre a qualidade de suas casas.

Recentes escândalos de falsificações de dados parasísmicos de imóveis comoveram a opinião pública do Japão, onde todos os anos são registrados 20% dos terremotos mais violentos do mundo