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Especialistas reconstroem digital de Leonardo da Vinci

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Portal Terra

SÃO PAULO - Antropologistas anunciaram ter conseguido reconstruir uma impressão digital do indicador esquerdo de Leonardo da Vinci. Esta descoberta pode ser importante para saber do que o artista se alimentava e se sua mãe era de origem árabe.

A reconstituição da digital foi resultado de três anos de pesquisa e pode ajudar a atribuir pinturas e manuscritos cuja autoria é disputada, de acordo com Luigi Capasso, antropologista e diretor do Instituto de Pesquisa Antropolígica na Universidade Chieti, no centro da Itália.

- Dá o primeiro toque de humanidade. Sabíamos como Leonardo via o mundo e o futuro, mas quem era ele? Esta informação biológica é sobre sua pessoa, não sobre o gênio, disse Capasso.

A pesquisa foi baseada em uma série de fotografias de 200 impressões digitais - na sua grande maioria parciais - tiradas de 52 documentos. O trabalho de Capasso, apresentado em 2005, está em exibição na cidade de Chiete até 30 de março.

O artista comia freqüentemente enquanto trabalhava. Capasso e outros especialistas disseram que as impressões poderiam ter traços de saliva, sangue ou comida. Estas informações podem esclarecer dúvidas sobre suas origens.

Algumas características distintas são mais comuns em digitais de algumas populações étnicas, dizem os pesquisadores. - Um que achamos na ponta do dedo é comum a 60% da população árabe, que sugere a possibilidade que sua mãe tenha vindo do Oriente Médio, diz Capasso. Outros especialistas dizem que determinar a etnicidade por impressões digitais é muito vago.

A ciência diz que - em linhas gerais, se seus pais têm muitos arcos, você provavelmente terá muitos arcos, disse Simon Cole, professor de criminologia, lei e sociedade na Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos. - A ciência essencialmente tem algumas afirmações: x% de asiáticos têm arcos, x tem espirais, x tem círculos. Algumas raças tem baixíssima incidência de alguns padrões e muito alta de outros. Mas não dá pra dizer sua raça só por causa disso.

A idéia de que a mãe de Leonardo teria sido uma escrava que veio para Toscana de Constantinopla não é nova e é tema de outras pesquisas.

Alessandro Vezzosi, um especialista em Leonardo e diretor do museu dedicado ao artista, em sua cidade natal de Vinci, disse que existem outros documentos que apóiam esta idéia. - Isto coincide com outras pesquisas que dizem que ela era oriental ou da área do Mediterrâneo, não uma camponesa de Vinci, ele disse.

- Seu nome era Caterina, o nome mais comum entre escravos toscanos, e não temos certeza de elementos sobre ela, ele afirmou.

- Especialistas dizem que algumas das impressões deixadas em manuscritos podem pertencer a pessoas que os manusearam ao longo do tempo. Entretanto, os que foram feitos com tinta, certamente são do autor, disse Capasso