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Oito pessoas farão testes de contaminação radioativa

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EFE

LONDRES - Oito pessoas foram encaminhadas até o momento a uma clínica especializada, para que se submetam a testes de contaminação radioativa, após a morte do ex-espião russo Alexander Litvinenko, informou hoje a Agência de Proteção da Saúde (HPA) do Reino Unido.

O ex-agente secreto morreu na última quinta-feira, por exposição a uma alta dose de radiação emitida por polônio 210, uma substância radioativa da qual a Polícia britânica encontrou rastros em cinco estabelecimentos de Londres.

A HPA indicou que, até a meia-noite de segunda-feira, o telefone de atendimento direto do Serviço Nacional de Saúde (NHS) havia recebido 1.121 ligações de pessoas preocupadas com o risco de contaminação radioativa.

Destas, foram analisadas 68, dentre as quais oito foram remetidas, preventivamente, a uma clínica especializada de avaliação, para que sejam submetidos a testes que determinarão se haviam estado expostas à radiação.

Os lugares onde foram detectados rastros de polonio 210 até o momento são a casa do ex-agente secreto; um restaurante e um hotel que visitou no dia em que ficou doente, e dois escritórios, dentre os quais o do magnata russo Boris Berezovsky, também crítico do presidente Vladimir Putin, e amigo de Litvinenko.

O ex-agente secreto, de 44 anos, se reuniu em 1º de novembro no hotel com dois compatriotas, um dos quais é um ex-agente do KGB (antigo serviço de espionagem soviético). No mesmo dia, Litvinenko se reuniu no restaurante com o professor italiano Mario Scaramella, que tem muitos contatos no mundo da espionagem.

Aparentemente, Scaramella, que será interrogado pela Polícia em breve, forneceu ao ex-agente nomes de pessoas que poderiam estar envolvidas no assassinato da jornalista russa Anna Politkovskaya, também crítica do Kremlin, e cuja morte estava sendo investigada por Litvinenko.

Na próxima sexta-feira será praticada a autópsia do cadáver do ex-espiã russo, que foi coronel do Serviço Federal de Segurança (antigo KGB, ao que também pertenceu Putin), e residia desde 2001 como refugiado no Reino Unido, onde o Governo lhe tinha concedido a nacionalidade britânica.

O ex-agente secreto, que morreu no University College Hospital de Londres após uma rápida piora em seu estado clínico, acusou Putin de estar por trás de seu envenenamento, em carta divulgada após sua morte.