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Para ministro da agricultura, biodiesel é estratégico

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Agência Brasil

BRASÍLIA - O Brasil caminha para ocupar papel de destaque na busca de fontes alternativas de energia, ao investir na produção de biocombustível. A avaliação é do ministro da Agricultura, Luís Carlos Guedes Pinto, que abriu nesta segunda a Feira Internacional de Agroenergia e dos Biocombustíveis, em Brasília. O encontro vai até quarta-feira (29) e reúne empresários e autoridades do Brasil e do exterior.

Para o ministro, a experiência brasileira no desenvolvimento de combustíveis renováveis pode fazer o país avançar rumo a uma posição de liderança no setor.

- O Brasil tem todas as condições de conduzir a transição da civilização do petróleo para a civilização da bioenergia - declarou.

O ministro da Agricultura também classificou como prioridade nacional a produção de biodiesel com plantas oleaginosas como mamona, dendê e pinhão. Guedes Pinto reafirmou que o governo se comprometeu, por lei, a adicionar 2% de biodiesel ao diesel em 2008.

- Como o país consome 40 bilhões de litros por ano, pelo menos 800 milhões de litros passarão a ser produzidos em breve - estimou o ministro.

Ele reiterou que o governo está determinado a antecipar a meta de 5% de biodiesel na mistura, que só passaria a valer em 2013. Para isso, o ministro ressaltou a criação do Centro Nacional de Pesquisa em Agroenergia. Desenvolvido este ano pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o centro pesquisa 17 espécies de vegetais e tem investimento previsto de R$ 36 milhões em 2007. As experiências nessa área ainda são recentes, mas as perspectivas são animadoras.

O ministro aproveitou a conferência para rebater as críticas de que a produção de etanol e de biodiesel pode resultar no aumento das derrubadas florestais no país. Ele explica que os investimentos em ciência e tecnologia aumentarão a produtividade, o que não comprometerá o meio ambiente.

- O Brasil tem condições de ampliar a oferta sem a necessidade de desmatar um hectare - assegurou.

Na abertura do evento, o ministro apresentou um levantamento da Embrapa que assegura a conservação dos recursos naturais no Brasil. Segundo o estudo, o país ainda tem conservados 69,5% das florestas nativas na comparação com os últimos 8 mil anos.

- Na Europa, esse percentual é de 0,3% e na Ásia, de 5,6% - comparou.

De acordo com o ministro, a produção de álcool de cana representa um exemplo de como o Brasil está investindo em novas fontes de energia e se livrando da dependência do petróleo. Ele destacou que atualmente 40% da frota de veículos brasileiros é movida a etanol e que 80% dos carros saíram da fábrica este ano com o sistema flex, que funciona tanto com álcool quanto com gasolina. Para ele, a adesão ao álcool de cana-de-açúcar traz benefícios à economia e ao meio ambiente.

- Além de menos poluente, o álcool cria empregos no campo e é produzido de forma muito menos centralizada que o petróleo - observou.

Para justificar o pioneirismo do Brasil no uso do etanol, o ministro lembrou que a história do etanol no país é anterior ao Proálcool, programa criado pelo governo na década de 70 para desenvolver a produção do álcool de cana.

- Na verdade, os primeiros usos do álcool foram feitos há 100 anos, quando os carros começaram a chegar ao Brasil - salientou.

Durante a crise da década de 30, o álcool também era largamente utilizado para substituir os combustíveis tradicionais, acrescentou.