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Estudo mostra que aids põe em perigo as metas do Milênio

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EFE

WASHINGTON - A epidemia da aids tornará praticamente impossível que muitos países concretizem as Metas de Desenvolvimento do Milênio, advertiu nesta segunda-feira um estudo divulgado pela revista 'PLoS Medicine'.

Em setembro de 2000, os Governos de 189 países se comprometeram a concretizar oito objetivos de desenvolvimento no mundo todo.

No entanto, uma análise realizada por um grupo internacional de cientistas afirmou que a epidemia impedirá pelo menos cinco desses objetivos: reduzir pela metade a fome e a extrema pobreza, diminuir a mortandade infantil, conseguir a educação primária universal, melhorar a saúde materna, e encontrar a cura de doenças infecciosas, como a tuberculose e a malária.

O relatório foi divulgado a quatro dias de se comemorar no mundo todo o Dia Mundial da aids.

Segundo os cientistas, a aids reduz o Produto Interno Bruto (PIB) em 1,5% ao ano e tem um impacto ainda maior no desenvolvimento econômico da África.

Os cientistas assinalam que um estudo realizado em 80 países em desenvolvimento determinou que em um país africano hipotético, no qual uma de cada 5 pessoas esteja infectada com o HIV, a taxa de crescimento do PIB seria 2,6% maior se o vírus não existisse.

Também piorará a situação da nutrição infantil porque os efeitos das crises alimentícias são maiores em países onde existe uma alta incidência do HIV.

Os esforços de educação ficam comprometidos porque é menos provável que as crianças que ficaram órfãos como conseqüência da aids ingressem no universo escolar.

De acordo com o estudo, a aids também contribui para a mortalidade infantil e materna, prejudicando os esforços para resolver doenças como a tuberculose e a malária.

Isso acontece porque são poucas as possibilidades das pessoas infectadas com o HIV terem uma reação imunológica adequada se já sofrem de malária ou tuberculose, segundo o estudo.

Segundo Robert Hecht, da Iniciativa Internacional pela Vacina Contra a Aids é 'essencial' que se aumentem os esforços para prevenir, tratar e mitigar os efeitos sociais da aids.

- Ao mesmo tempo, é essencial investir no desenvolvimento das novas e melhores tecnologias que se necessitam para a prevenção, diagnóstico e tratamento mais efetivos da aids/HIV - acrescentou.