CINEMA

Thriller fecha a Berlinale celebrando a força da Coreia do Sul nas telas

Por RODRIGO FONSECA
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Publicado em 21/02/2024 às 15:00

Alterado em 22/02/2024 às 11:11

Ma Dong-seok Foto: divulgação

Representada na disputa oficial pelo Urso de Ouro de 2024 pelo prolífico artesão autoral Hong Sangsoo (na disputa do troféu com “A Traveler’s Needs”), a Coreia do Sul foi o país mais citado no European Film Market, o setor de negócios (entre distribuidores, exibidores, canais de televisão e plataformas de streaming) da Berlinale, na edição de número 74 do evento. A expectativa pela nova temporada de "Round 6" na Netflix e a boa acolhida a thrillers egresssos daquele país, como o recente "Decisão de Partir" (2022), faz da indústria audiovisial sul-coreana um ímã de olhares, sobretudo dos estúdios europeus. Não por acaso, a pátria de "Parasita" (Palma de Ouro de Cannes em 2019 e ganhador de quatro Oscars) vai encerrar a programação de inéditos do Festival de Berlim na noite de sexta (23), com doses fartas de adrenalina. A atração de encerramento vai ser o thriller “The Roundup: Punishment” (“Beom-Joe-do-si 4”).

Essa trama de investigação e tapas na cara, dirigida por Heo Myeong Haeng, é uma sequência de um sucesso mundial de bilheteria, “Força Bruta”, lançado aqui em 2022. Ma Dong-seok, ou Don Lee, o Gilgamesh da aventura “Eternos” (2021), da Marvel, é seu protagonista. Ele vive uma espécie de Dirty Harry da Ásia, mais durão do que o tira encarnado por Clint Eastwood jamais foi. Nesse novo filme, seu personagem, o detetive brucutu Ma Seok-do bate pesado numa quadrilha de jogo ilegal online. Os títulos anteriores dessa cinessérie asiática desafiam as leis da gravidade, num padrão “John Wick” de excelência. É uma forma de Berlim se despedir dos cinéfilos na chave da vertigem, e dar adeus à gestão curatorial atual, encabeçada pela dupla Mariette Rissenbeek e Carlo Chatrian.

Eles assumiram em 2020, propondo a criação de uma nova mostra competitiva (paralela ao Urso de Ouro) chamada Enconters, que o Brasil pode vencer este ano com "Cidade; Campo", de Juliana Rojas. Mariette e Chatrian ampliaram a presença da África no evento e abriram mais espaço para filmes com cara de pipoca, tipo "Spaceman", com Adam Sandler, que estreia no dia 1°  no Brasil. Deram espaço contínuo aos longas coreanos, em especial os do já citado Songsoo.

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