ASSINE
search button

Recuperação ambiental: produtor deve tomar a liderança

Compartilhar

Decepção total até agora com as propostas dos candidatos à presidência quanto ao tema da sustentabilidade. Quando alguns se referem a propostas repetem ideias de 40 anos que alcançaram resultados pífios.

Os destaques sempre se referem à Amazônia e ao Cerrado. Não são explicitadas propostas simples, projetos pilotos, que comprovem a sensibilidade e verdadeira atenção ao problema. Ninguém expõe como vai tratar a convocação da população para a questão hídrica e para o replantio de árvores. Não podemos esperar muita coisa do conjunto de candidatos sobre algo que interessa a filhos jovens e netos. O verde vai ficar novamente nas mãos de pseudo ecologistas que só reclamam da destruição ambiental tomando cerveja à beira mar. 

Alguns candidatos a deputado e senador vão se eleger sem saber o que é bioma. Governadores serão eleitos com ideias e conceitos desequilibrados, ora defendendo que é alguém que valoriza a produção, outros defendendo manejo radical de preservação nas propriedades produtivas que, na forma de pensar desses, produtivas não serão. 

Vai ter candidato eleito defendendo capivaras esquecendo-se que para evitar superpopulação dessa espécie e para não termos superpopulação destruidora, temos que criar onças, predadoras para controle natural. Certamente algum se elegerá como o candidato das maritacas, que em certos locais predominam, destruindo alegremente grande parte do trabalho de pequenos produtores. 

A perplexidade e o marketing vão continuar a fazer o serviço torto de difundir que o morador urbano é inocente quanto à destruição de maciços florestais pois ninguém percebe a madeira no fogo à lenha em padarias e pizzarias. Indústrias vão continuar escondendo o quanto de água consomem para sua produção e o que fazem de fato para repor o elemento natural não renovável. 

Chega de omissão. Os produtores precisam criar um núcleo de inteligência para oferecer propostas de meio ambiente para nossa área e também para a área urbana. Anunciantes poderosos de detergentes deveriam advertir: use com moderação. Alguns rios acabaram pela utilização desbragada de produtos químicos pela população urbana,  e ninguém adverte: esses produtos fazem tanto mal à natureza quanto o uso inadequado de defensivos agrícolas. Ninguém se propõe a incluir na divulgação que o problema é de todos. O produtor rural deve tomar a dianteira, dar sugestões práticas de ordem patrimonial, financeira e de incentivos. 

O governo federal não deve deixar espaço para interpretações mais agressivas ou contraditórias do Código Florestal, nas legislações estaduais. E estas, não deixar brechas para tratamentos radicais ou muito liberais no nível municipal. Os produtores precisam participar, precisam cobrar tratamento de rios ou ribeirões nos quais, a céu aberto, despejam-se dejetos e plásticos vindos da área urbana e que se depositam nas várzeas, produtivas ou de pastagem, nas propriedades rurais. Um bom começo seria um movimento de produtores para obtenção de recursos para cercar grotas, preservar nascentes. Um bom movimento para alongar ou aquecer os músculos...Vai ser uma longa caminhada...