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Ruralistas, um pejorativo para o produtor rural

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Atualmente é comum uma definição “guarda chuva“ utilizada muitas vezes pela mídia em geral, com raiva embutida, em assuntos que nada tem a ver com os produtores rurais. Todos vivemos sobre alguma terra. Toda a população urbana é responsável pelo desastre anunciado da falta de água potável. Ou pensamos que as cidades foram construídas com a preservação das nascentes? 

Todo o mundo urbano depende de grãos e os únicos culpados por técnicas agressivas são os agricultores que tentam produzir mais, com maior produtividade? Todos que vivem nas cidades, a imensa maioria da população, têm o direito e deve ser informados e de conhecer como são produzidos os alimentos. Mas tem que conhecer como são INDUSTRIALIZADOS também. Quantas indústrias sobreviveriam sem processar produtos da pecuária e da agricultura? 

Quando alguma questão polêmica no Congresso, de interesse geral, aparece na imprensa, algum  ingênuo pensa que a indústria está fora do lobby? E o que se acentua é... os ruralistas... Vejam só: as indústrias antes e depois das porteiras (dentro das quais estão os produtores) ficam só torcendo na arquibancada? Claro que não. Então, qual a razão pela qual só os “ruralistas“ estão nas manchetes? Péssimo jornalismo. Mas, a culpa é toda nossa. Estamos encolhidos, sem debater a agricultura e a pecuária no seu conjunto com milhões de pequenos e médios produtores e alguns milhares de empreendimentos rurais gigantescos. 

A culpa é nossa. Muitas vezes achamos legal sermos do pomposo “agronegócio“... que negócio? Negócio fazem as indústrias que processam o leite a carne, o algodão, indústrias que importam ou produzem fertilizantes, outras que semi-processam no Brasil defensivos, multinacionais da área veterinária, grandes redes de varejo, tradings, bancos. 

Os produtores, desculpem, os milhões de produtores só...PRODUZEM. Assim, é um vergonha nossa submissão à idiotice de que somos “ruralistas“, somos do “AGRO”, nossa bancada é imbatível... etc. Festival de besteiras. Reafirmo: somos os  únicos culpados. Não teremos jamais condição de patrocinar as campanhas milionárias que vemos na tv ou nas revistas... Estas são para fabricantes de tratores, processadores de carne ou leite, indústrias de celulose, redes de supermercados, bancos oficiais. A verdadeira turma do agronegócio, a turma que FAZ bons  negócios com os PRODUTORES. 

Não se trata de um jogo de palavras mas de informar corretamente à população: misturar milhões de produtores rurais com o lobby do mal aparente é desinformar, é fake news! E, somos culpados! Os produtores de gado de corte por exemplo fazem campanha com manchete “Sou da carne“... Que besteira é essa? Que quantidade de energia negativa essa chamada já causa... Para quê isso? 

Os criadores de gado de corte deveriam é mostrar serviço, por exemplo, fazendo campanhas de recuperação de nascentes, cercando as grotas para evitar o pisoteio do gado nas mudas jovens de árvores ou arbustos. É ali onde a água se acumula...Ou fazer campanha para que as cidades tratem a água e esgoto pois, logo depois, os rios ou riachos passam por uma propriedade rural e muitas vezes detergentes domésticos, dejetos e embalagens plásticas poluem muito mais que qualquer herbicida ou defensivo. 

É  claro que o cuidado com aplicações químicas deve ser reforçado, mas o lixo urbano fica sempre esquecido... Muitas campanhas poderiam se tornar objeto de entidades e associações, mas estamos em uma era de trevas, de palavras erradas, com desinformação garantida. 

Nesse oceano, como uma ilha, saúdo uma entidade, o presidente e seus diretores: a Abraleite, que nasceu desde pouco tempo focada no produtor de leite, no produtor acentuo.  Sabemos as batalhas que a jovem entidade trava com indústrias, usurpadores e detratores da denominação leite e outras causas. A caminhada é muito longa. 

Vamos começar retrucando sempre: RURALISTA, O CACETE!!! Experimente. Quem é produtor pode se sentir melhor.