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Juntar fome com vontade de comer

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Nunca dantes na história deste país ocorreu algo tão emblemático: uma operação policial que lava a jato a corrupção institucionalizada, um absurdo que de tão enraizado, já era considerado o normal, tipo o poste mijar no cachorro. Essa ação singular, elogiada e invejada em todo o mundo, prendeu de altos executivos a políticos de várias ideologias voltadas para assaltar o erário e até um ex-presidente, mostrando que é viável exigirmos ética de nossos “representantes”. Por isso é inadmissível que, com a continuidade desses escândalos bilionários diários, não haja um candidato sequer propondo administração pública modelar e transparente, combinada com um ajuste fiscal rigoroso para acabar com privilégios na administração pública e produzir os resultados que a nação exige! Não querem combater a corrupção? 

O Brasil é um dos dez maiores PIBs do mundo, devido exclusivamente a seu absurdo potencial, pois, é propositalmente pensado para não dar certo, desde sua descoberta e, assim, enriquecer corruptamente os poderosos. É um país tão rico quanto injusto, com cerca de 37% da população de miseráveis. Virou o eterno país do futuro, das commodities e dos tristemente famosos voos de galinha. Isso tem que mudar! Desde que se desnudou que “nossos” partidos políticos na verdade são quadrilhas criminosas, cujo modus operandis é: a facção vencedora da eleição faz acordos espúrios com as outras, garantindo na marra maioria legislativa para desgovernar no único intuito de assaltar os cofres públicos impunemente, graças ao foro privilegiado, o eleitorado ficou revoltado. Sem alternativas, tende a majoritariamente votar em branco, anular ou não comparecer, já que cansou de escolher o menos pior. O que só agrava o que já está péssimo. 

Como os cientistas políticos e economistas que estão na mídia são ligados a esses “partidos”, mantém-se, maquiavelicamente, a imoral dicotomia de Direita x Esquerda, precisamente para nos separar pelo artifício do ódio, absurdo engendrado para impedir o democrático debate de ideias que nos leve a encontrar soluções que nos tirem dessa barbárie política. Chegaram ao cúmulo de propor que o Brasil “pegue no tranco”. 

Está na hora de nos unirmos e discutirmos democraticamente como sair dessa crise total interminável, pois é o nosso futuro que está em jogo. É necessário revitalizar a economia, de forma que todos ganhem, em todos os sentidos, sobretudo com ética e qualidade de vida. Isso pede um Projeto de Nação, uma pátria para a maioria dos brasileiros. Se, para sair de casa, para fazer qualquer coisa, precisa-se ter planejamento, como podemos admitir que a trilionária receita que nos é extorquida pelas taxas que nos são impostas por esses corruptos possa ser torrada sem planejamento nenhum, sumindo, enquanto eles, inexplicavelmente, enriquecem nos ofertando os piores serviços públicos e privados do mundo? 

Países que tinham problemas iguais ou piores do que os nossos reinventaram-se e hoje são economias consolidadas, com os melhores índices de IDH e qualidade de vida espetacular, justamente porque se planejaram para isso. Eles usaram a atividade turismo como instrumento de transformação, colhendo resultados no curtíssimo prazo. Imagine se nós, que somos considerados como o maior potencial no setor, usarmos a maior indústria do mundo, a única que movimenta simultaneamente todos os setores da sociedade, como âncora da revitalização da economia, mudando a forma atual de fazer turismo, para promover o desenvolvimento socioeconômico, cultural e ambiental, de forma sustentável, autossustentável e transparente, entrando num ciclo virtuoso? Em cerca de uma década, seremos um Canadá. Precisamos debater esse assunto!

* Coordenador do Movimento Acorda Rio