A compra da Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA) pela Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), com a participação do BNDES, será discutida em audiência pública na próxima terça-feira (23), na Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (CMADS) da Câmara dos Deputados. Os esclarecimentos sobre a transação foram solicitados pelo deputado Alfredo Sirkis (PV/RJ).
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Para Sirkis, o BNDES deve explicar os motivos que estão levando a empresa a negociar esse financiamento, e em que termos está sendo feita a aquisição e como deverá ser tratado o passivo ambiental das duas empresas.
Segundo o deputado, a empresa, desde o início, teve muito passivo ambiental. Foram diversas denúncias sobre desmatamento de áreas de proteção permanente e manguezais, além do desrespeito à questão das emissões dos gases de efeito estufa (GEE).
Em novembro do ano passado, ao anunciar que a siderúrgica fora multada pela terceira vez por mais uma ocorrência de 'chuva de prata', o secretario de Meio Ambiente do Rio de Janeiro, Carlos Minc, disse que a "paciência com a CSA acabou" e chamou a empresa de "freguesa" por causa das diversas multas aplicadas por incidentes ambientais.
“Pode ser que haja alguma vantagem para o Brasil que não estejamos percebendo à primeira vista e talvez desse processo possam advir melhorias ambientais no desempenho dessas grandes poluidoras e emissoras de gases de efeito estufa (GEE), mas falta ao BNDES demonstrar isso clara e convincentemente, pois, até agora, os indícios vão em sentido contrário”, argumentou Sirkis.
Recentemente, foram noticiados dois grandes “incidentes” da Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA). A chamada “chuva de prata” ocorreu por deficiências no planejamento para situações emergenciais, que o processo de licenciamento não detectou previamente. As multas aplicadas ainda não foram pagas.