ASSINE
search button

Texto da Rio+20 incentiva 'suicídio planetário', diz Minc 

Compartilhar

Rio - O ex-ministro e atual secretário de Meio Ambiente do Rio de Janeiro, Carlos Minc, classificou nesta quarta-feira o texto final da Rio+20 como suicídio planetário. Ele criticou principalmente a falta de uma política para substituir os combustíveis fósseis por fontes renováveis. "Esses combustíveis são responsáveis pela febre do nosso planeta. Não eliminá-los já é ruim, agora, manter os subsídios para sua produção é péssimo. O que o texto apresenta é um incentivo ao suicídio planetário. Não podemos aceitar."

O ambientalista também criticou a ausência de uma política específica para proteger os oceanos. "Por questão de quatro países, se tirou a questão dos oceanos do texto, ficando apenas algumas generalidades", disse ao citar a atuação do Japão, Austrália, Canadá e Estados Unidos.

Minc acredita que ainda há tempo para revisar o documento que deve ser assinado pelos chefes de Estado na sexta-feira. "O problema que enfrentamos hoje é que o aumento da degradação é maior que o ritmo das decisões políticas", completou.

Sobre a Rio+20 

Vinte anos após a Eco92, o Rio de Janeiro volta a receber governantes e sociedade civil de diversos países para discutir planos e ações para o futuro do planeta. A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, que ocorre até o dia 22 de junho na cidade, deverá contribuir para a definição de uma agenda comum sobre o meio ambiente nas próximas décadas, com foco principal na economia verde e na erradicação da pobreza.

Depois do período em que representantes de mais de 100 países discutiram detalhes do documento final da Conferência, o evento se prepara para ingressar na etapa definitiva. De hoje até sexta, ocorrerá o Segmento de Alto Nível da Rio+20 com a presença de diversos chefes de Estado e de governo de países-membros das Nações Unidas.

Apesar dos esforços do secretário-geral da ONU Ban Ki-moon, vários líderes mundiais não estarão presentes, como o presidente americano Barack Obama, a chanceler alemã Angela Merkel e o primeiro ministro britânico David Cameron. Além disso, houve impasse em relação ao texto do documento definitivo. Ainda assim, o governo brasileiro aposta em uma agenda fortalecida após o encontro.

vc repórter