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OBU, uma orquestra barroca

Júlia Rónai/Divulgação -
A OBU se apresenta dia 5/9, às 19 h, no BNDES
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O período barroco (1650 a 1750) foi um riquíssimo momento na história da música ocidental, quando Vivaldi compôs As Quatros Estações e Pachelbel, seu famoso Cânone em Ré maior. Foi o tempo de Bach (aliás, o fim do período barroco é convencionado em 1750 por ser o ano de sua morte). Foi também o período que demarcou o começo da aceitação da teoria de Copérnico, séc. XVI, que colocou o Sol no centro do sistema solar. Foi o tempo de Descartes, Spinoza e Hobbes, abordando as grandes indagações do pensamento moderno, e de grandes artistas como Rembrandt, Rubens e Cervantes.

Durante o período barroco os instrumentos não eram exatamente como os de hoje. As músicas de Bach atualmente executadas no piano, foram compostas para o cravo (o piano era uma invenção recente e pouco conhecida à época). As flautas, os oboés e outros instrumentos também eram diferentes dos seus equivalentes modernos, além dos instrumentos típicos da época, como as violas da gamba. Ou seja, para se obter uma sonoridade fiel à da época, é necessário um trabalho meticuloso por parte dos músicos, que necessitam reaprender a tocar instrumentos similares aos seus, além de decifrar partituras nunca publicadas, pois a notação musical também se transformou com o tempo.

A OBU, Orquestra Barroca da Unirio, uma das poucas orquestras barrocas em atividade no Brasil, faz um trabalho dedicado a reproduzir a sonoridade do passado usando cópias fieis de instrumentos da época. Laura Rónai, flautista, professora da Unirio e idealizadora da OBU, conta como o repertório é escolhido: “Em geral, têm pitacos de muita gente. Somos mesmo um grupo bastante democrático. Nosso spalla, Roger, sugere o que acha bom para as cordas. Nosso cravista, Átila, também já deu lindas sugestões. Patrícia Michelini, que frequentemente rege a OBU, me ajuda imensamente a pensar o repertório. A OBU existe para servir a seus integrantes e por isso é importante que se sintam à vontade para trazer ao grupo suas paixões”. Em seu próximo concerto, a OBU executará obras de Léclair, Rameau, José Maurício e o Stabat Mater de Lobo de Mesquita.

Antes do período barroco a música tendia a ser composta por várias melodias tocadas simultaneamente (contraponto). É durante o barroco que a concepção de melodia e harmonia começa realmente a ser articulada. É o começo da tonalidade. É o começo da música que mais ouvimos hoje em dia, seja popular ou clássica. É quando a música passa a ser dominada pelos tons maiores e menores, domínio este que começa a se manifestar por volta do século XVII.

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A OBU se apresenta dia 5/9, às 19 h, no BNDES (Foto: Júlia Rónai/Divulgação)

Notas e Acordes

FILARMÔNICA DE DRESDEN, dia 5, às 20h, no Theatro Municipal. No programa, o concerto para piano nº5 de Beethoven e a sinfonia nº3 de Bruckner, sob a regência de Michael Sanderling e com Herbert Schuch, pianista que tem se apresentado com as melhores orquestras do mundo e com uma discografia que vai de Bach a Messiaen. Em seu último CD, o excelente “Go East!”, duo que faz com a pianista Gülru Ensari (sua esposa), toca peças de Brahms, Hindemith, Manav e uma brilhante interpretação da Sagração da Primavera de Stravinsky para quatro mãos.

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cultura