ARTIGOS

Orgulho SUS

Por LUIZ ROBERTO LONDRES

Publicado em 30/04/2024 às 17:39

Alterado em 30/04/2024 às 17:39

Recentemente foi comemorado o Dia do Orgulho SUS. A Constituição Federal de 1988, denominada de Constituição Cidadã, em seus artigos 196 a 200, deu origem à criação do Sistema Único de Saúde, o SUS.

Esse sistema, em sua verdadeira essência, é reconhecido mundialmente como um sistema exemplar, e foi elaborado pelo Deputado Federal de Poços de Caldas, Carlos Mosconi. Tive a oportunidade de não só acompanhar a criação do SUS, bem como participar da criação com minhas sugestões.

Todos os cidadãos brasileiros têm direito de acesso ao SUS e, historicamente, os hospitais públicos eram dos melhores do nosso país. Os Presidentes da República se internavam no Hospital dos Servidores do Estado com enorme satisfação.

E, naquela ocasião, não havia planos de saúde. Eles tiveram início em 1956, quando e o médico Juljan Czapski fundou a Policlínica Central, em São Paulo, considerada a primeira empresa de planos de saúde do país. Pouco depois nascia a Garantia de Saúde, criado pelo Hospital Silvestre para repartir os gastos entre os adventistas. E em seguida outro adventista, Milton Soldani Afonso lançou a Golden Cross. E algum tempo depois Edson de Godoy Bueno lançava a Amil.

O projeto dos planos eram de personalizar os atendimentos através da escolha dos médicos e o seguir de suas orientações. Mas, com o passar do tempo viu-se que a procura de lucro, inúmeras vezes estava em primeiro lugar. E isso nos faz lembrar do título de um livro exemplar escrito por Noam Chomsky: “O Lucro ou as Pessoas”.

Voltando ao tema SUS e ao título do artigo, vejo o momento atual com otimismo, pois depois de décadas, constato que está sendo executado pelo Ministério da Saúde, um trabalho técnico e profissional, conduzido pela Ministra Nisia Trindade e equipe.

Sabemos que é impossível não haver pressões sobre a pasta da saúde, devido ao seu orçamento e importância política por conta de seus benefícios, mas só um trabalho criterioso e responsável, poderá colocar o SUS novamente no caminho da justiça social.

Para que isso aconteça, é dever de todos nós e, principalmente das autoridades que têm ingerência na administração da área da saúde, zelar pelo seu funcionamento de forma absolutamente correta. Estaremos assim, de forma direta ou indireta, contribuindo para o bom atendimento de todos os cidadãos, principalmente aqueles aos quais faltam recursos para se valerem da saúde suplementar.


*Luiz Roberto Londres é médico e presidente do Instituto de Medicina e Cidadania (IMC).